S.O.S. MONTE ESTORIL

• A CÂMARA DE CASCAIS PREPARA-SE PARA VIABILIZAR UM NOVO “ESTORIL-SOL” ATRAVÉS DO “PLANO DE PORMENOR PARA A REESTRUTURAÇÃO URBANÍSTICA DO TERRENO DO HOTEL MIRAMAR”, AUMENTANDO EM 300% A ÁREA DE CONSTRUÇÃO DO ANTIGO HOTEL.

• ONDE TÍNHAMOS ATÉ 1978, ALTURA EM QUE ARDEU, UM HOTEL DE CHARME COM CERCA DE 30 QUARTOS, EM ARQUITECTURA REVIVALISTA E INSERIDO NO DESENHO URBANO DO MONTE ESTORIL, QUEREM CONSTRUIR UM HOTEL DE 105 QUARTOS, COM ARQUITECTURA E ESTÉTICA “CONTEMPORÂNEAS”, I.E., NO PLANO DE PORMENOR SURGE UM EDIFÍCIO EM FORMA DE SIGMA (∑), COM 4 ANDARES E CORRIDO A BETÃO E VIDRO, NO SEGUIMENTO DO QUE É O RECENTE «ESTORIL-SOL RESIDENCE».

• SOMOS POR UM NOVO HOTEL MIRAMAR, SIM, MAS UM HOTEL DE DIMENSÃO MÉDIA, DE ESTÉTICA E VOLUMETRIA COMPATÍVEIS COM A HISTÓRIA E AS CARACTERÍSTICAS DO MONTE ESTORIL, QUE O VALORIZE ENQUANTO ZONA HABITACIONAL E DESTINO TURÍSTICO DE ELEIÇÃO, E À ESCALA HUMANA.

• POR ISSO, DECIDIU A ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO MONTE ESTORIL LANÇAR JUNTO DE TODOS QUANTOS GOSTAM DO CONCELHO, ESTA PETIÇÃO PELO ARQUIVAMENTO DESTE PLANO DE PORMENOR, E PELA CONSTRUÇÃO DE UM HOTEL MIRAMAR QUE RESPEITE O DESENHO URBANO E O ESPÍRITO DO LOCAL.

POR FAVOR:

No coração do Monte Estoril, entre casas românticas e arvoredo, estava o Chalet Almeida Pinheiro, um dos primeiros e mais representativos exemplares da arquitectura de veraneio do princípio que tão bem caracteriza o Monte Estoril. Antigo Club Internacional (1899), depois Royal Hotel , o belo Hotel Miramar haveria de ser parte integrante da paisagem romântica e revivalista do Monte Estoril. Ardeu em 1978. Está no Inventário Municipal.

Depois de mais de 30 anos de ruína e abandono do Hotel Miramar, a Câmara de Cascais prepara-se, agora, para permitir, através do “Plano de Pormenor para a Reestruturação Urbanística do Terreno do Hotel Miramar", um novo crime urbanístico, à semelhança do que fez com o Hotel Estoril-Sol.

Contudo, este Plano de Pormenor nem é de Salvaguarda, como deveria ser, nem para o conjunto do Monte Estoril, mas apenas para um pequeno lote privado de 6.046 m2. Violando o PDM (Plano Director Municipal) ainda em vigor, a Câmara de Cascais permitiu que fosse feito um Plano de Pormenor à medida , pago e elaborado por privados, quando a lei obriga a que os Planos de Pormenor sejam apenas válidos para lotes acima dos 10 mil m2 de área local.

O estudo prévio que foi elaborado, a dar lugar a um projecto “contemporâneo” de arquitectura, terá um efeito desastroso no centro do Monte Estoril por via do seu impacto estético, paisagístico, volumétrico e de tráfego na rede viária existente. O edifício proposto está completamente descontextualizado da realidade local.

Tudo isto resulta do acordo que existe há anos entre a Câmara e a empresa Estoril-Sol, em que, resumidamente, a contrapartida seria a recuperação, como “hotel de charme”, do antigo Hotel Miramar do Monte Estoril.

Numa época em que a tendência mundial se traduz na preservação do património arquitectónico, no travar o avanço de grandes edifícios incaracterísticos de betão, dando prioridade a construções à escala humana, cuidadosamente inseridas na respectiva malha urbana, a Câmara de Cascais continua a pautar-se por um paradigma urbanístico comprovadamente ultrapassado.

É que no Monte Estoril ainda persiste um “charme” discreto feito de ruas estreitas e pacatas, árvores frondosas, moradias e jardins sem obstáculos à vista. Um Monte Estoril que ainda permite respirar e atrai e admira quem o visita.

Pelo exposto, vêm os subscritores deste MANIFESTO exigir à Câmara de Cascais que cumpra o que prometeu à população aquando do acordo com a Estoril-Sol, apesar de já ter permitido a destruição do imóvel:

A construção de um “hotel de charme” e apenas isso!

Os abaixo assinados,

Salvador Corrêa de Sá, Presidente A.G. AMME
Vasco Manuel Silva Martins Rodrigues, Presidente Dir. AMME
Diogo Patrício de Melo Perestrelo, Presidente C.F. AMME